O homem pode viver em sociedade?
Atualmente, vivemos em uma sociedade onde o direito e vida é posto a prova em todos os momentos, onde o governo ou coletivos incitam a violência. O princípio do objetivismo nos ensina o contrário, que nenhum homem tem o direito de agredir o outro. Mesmo assim, essas agressões são vistas diariamente. Rand nos esclarece sobre a diferença entre a violência — o início do uso da força física — e da legítima defesa, todos os indivíduos têm o direito de defender o seu maior bem, a vida, ou suas conquistas perante ela, neste contexto ela utiliza como exemplo, para comparação, o assassinato. Infelizmente, continuamos a afirmar, isso permanece presentemente.
Os direitos a propriedade seguem o direito a vida, a partir dele é que o individuo pode buscar a sua felicidade. Se o governo, por exemplo, delimita ou retira o direito a propriedade, o indivíduo não poderá buscar a sua felicidade. O mesmo se enquadra quando falamos do direito a vida, o governo não possui o dever de retirar o direito de viver do homem, apenas proteger a sua vida e sua propriedade. Infelizmente, os indivíduos buscam o governo como pai para seus problemas, emocionais e econômicos, entregando-o o direito para determinar quem poderá viver e quem detêm o direito de propriedade. O papel, no presente, do governo, está alicerçado na ideia de que apenas ele e por ele que os indivíduos encontrarão a felicidade, mas preciso alertá-los, estão caminhando para a beirada de um precipício e logo irão cair.
“Direi somente que cada sistema político é baseado em e originado de uma teoria ética — e que a ética Objetivista é a base moral exigida por aquele sistema político-econômico que, hoje, está sendo destruído em todo o mundo, destruído precisamente por falta de uma defesa filosófica e de uma validação moral; o sistema americano original, o Capitalismo (RAND, 1991, p. 33)”.
Todas as filosofias têm como base a mesma filosofia ética, por mais que se diferenciem em conteúdos, filósofos e regiões, sua busca pela morte está enraizada no altruísmo e detêm isso como fim, sendo contrarias a vida.
Dito isso, passamos para o próximo ponto, a saúde mental dos indivíduos. Todos nós precisamos encontrar o equilíbrio mental para buscarmos o que escolhemos, isso nos guiara para a felicidade. O objetivismo entende que, “a marca distintiva deste controle é a autoestima” (RAND, 1991, p. 35). Para isso, precisamos entender que a consciência deverá seguir a realidade, não é correto, nós subtrairmos a realidade para diminuir as consequências, pois isso não irá acontecer. Para conseguir caminhar em busca do que acreditamos ser de valor e que nos contemplará com a felicidade, necessitamos ter autoestima. Isso esta na busca do homem de usar a sua razão.
Logo, vocês devem estar questionando-se: mas é o altruísmo que permite o indivíduo auxiliar outro que esteja precisando, não? Percebam que, ao descrever esse questionamento foi utilizado a palavra “permite”, como se fosse uma concessão. Exatamente a ajuda ao outro, como um gesto nobre, foi destruído e alienado pelo altruísmo, tornando-o como uma obrigação ou como acharem digno nomear, “que valorizar o próximo significa sacrificar a si mesmo” (RAND, 1991 p.41). E essa obsessão coletiva formou uma última espécie, tornando o homem tão “anti ajuda”, que se ver uma criança morrendo, virará as costas para o fato e ignorará qualquer vestígio de ética. Entretanto, se analisarmos na ética objetivista, teremos uma métrica em que o sacrifício de um menor por um maior, não está no jogo. Preocupar-se com quem se ama, em qualquer categoria de relacionamento, é a melhor explicação para compreender o comportamento egoísta e racional.
“Qualquer ato que um homem empreende em benefício daqueles que ama não é um sacrifício, se, na hierarquia de seus valores, no contexto total das escolhas abertas a ele, é conquistado aquilo de maior importância pessoal (e racional) para ele” (RAND, 1991. p.42)”.
A sua premissa, no mais elevado nível, é onde sua moral é encontrada. Para entender, a autora utiliza de um exemplo simples, que sempre está entre os debates dos defensores do altruísmo e trata-o na filosofia objetivista:
“Para ilustrar isto no exemplo favorito dos altruístas: a questão de salvar uma pessoa que está se afogando. Se a pessoa a ser salva é um estranho, é moralmente adequado salvá-la apenas quando o perigo para a sua própria vida é mínimo; quando o perigo é grande, é imoral tentar: somente a falta de autoestima pode permitir que alguém não valorize mais a sua vida do que a de um estranho qualquer. E, opostamente, se alguém está se afogando, não pode esperar que um estranho arrisque a sua vida por causa dele, lembrando que a vida dele não pode ser tão valiosa para este estranho quanto a própria vida deste.)” (RAND, 1991, p.43).
O que está envolvido quando alguém ajuda outro indivíduo que não ama? Integridade, de acordo com Rand. Ser íntegro está diretamente vinculado a sua conduta racional, suas escolhas de valores e a moral. Dentro disso, podemos entender as relações de amizade, onde através de valores, escolhemos quem são e convivemos com nossos amigos, essa relação não pode ser comparada a um estranho.
Diante disso, nos resta apenas compreender, que na ética objetivista, enquanto indivíduos, somos todos dotados de valores e íntegros, diante do que temos como moral e ética seguida.
Texto por Tailize Scheffer Camargo
Arte Dayane Matos