Mercado de trabalho e a evasão dos jovens
Atualmente, para os jovens conseguirem ingressar no mercado de trabalho é uma batalha árdua e complicada. A pergunta é por que para o jovem o mercado de trabalho é tão complicado?
Os jovens sofrem profundamente quando o assunto é o ‘primeiro emprego’, com os altos custos de manter um funcionário além de certas regras, ter um jovem funcionário ou, até mesmo, jovem aprendiz passou a ser muito operoso.
Ademais, o fenômeno da evasão escolar se intensificou com a pandemia e, com isso, muitos jovens foram levados para informalidade e, numa visão pessimista, para o tráfico. Carolina Farias explica melhor sobre a evasão escolar e de jovens que acabam indo para a informalidade em seu texto para a CNN Brasil.
O que ocorre para chegarmos nisso? Simples, com a falta de oportunidade o jovem tenta achar alguma forma de ter uma renda mínima, a ONG Observatório de Favelas fez uma pesquisa aprofundada sobre o tema em 2004 a 2006. A pesquisa tinha como objetivo analisar em como a rede do tráfico vem se desenvolvendo nos últimos anos, o resultado mostrou que boa parte dos jovens que entram para o tráfico tem entre 15 a 19 anos, todos de baixa renda, seu maior motivo é para ganhar dinheiro e ajudar a família.
A forma como entram nessa vida, muitas vezes é por influência de amizades ruins e antes de julgarmos esses jovens, vamos colocar uma situação hipotética: imagine que você e sua mãe recebam menos que um salário mínimo, a mesma precisa de medicamentos caros para se manter viva, você busca empregos formais como jovem aprendiz sendo fechado as portas em todos os estabelecimentos nos quais enviou currículo, entretanto, chega um amigo seu de infância dizendo que só para olhar e avisar se a polícia está chegando você receberá 3 mil reais por semana. Onde quero chegar? Nem sempre um jovem vai para esse caminho por achar bonito, mas sim por necessidade, o que não justifica a escolha.
Como poderíamos resolver isso? Bom, hoje os empregos formais são regidos pela CLT, que coloca vários encargos que dificultam a entrada desse jovem no mercado de trabalho; de forma que para conseguir um emprego, cujo salário mínimo seja de R$ 1.200,00, o jovem teria que produzir esse valor e um pouco mais para ser contratado.
Neste sentido, para alguém que está começando agora é bem difícil “provar” que possui qualidades suficientes. Esta ideia é bem impopular, entretanto, pode resolver essa problemática, diminuir o salário mínimo. Assim, quem está abaixo dessa margem de qualificações pode ingressar no mercado de trabalho com mais facilidade, logo, o jovem terá mais chances de poder trabalhar e não ir para informalidade ou para o tráfico.
Texto por Luiz Costa.
Arte Nathalia Wanderley.