InfoDamas: Retrospectiva 2021
O ano de 2021 chegou ao fim.
E para comemorar o início de um novo ciclo, que tal recordar tudo o que aconteceu nesse ano?
Pode-se dizer que a princípio tudo estava maravilhoso, pois em janeiro tivemos a primeira brasileira vacinada em São Paulo; além disso tivemos a inauguração das atividade do Clube Damas com o evento Libertarian Women, que contou com grandes nomes nacionais e internacionais (caso você não tenha visto ainda, os painéis estão disponíveis em nosso Youtube e em podcast em todas as plataformas).
No entanto, Janeiro também trouxe momentos preocupantes e trágicos como a crise do oxigênio em Manaus, a falta desse insumo essencial para tratar casos graves de Covid-19 acarretou em um colapso no sistema de saúde que resultou em muitas vidas perdidas. Internacionalmente, a situação lastimável se deu em razão da invasão ao Capitólio por parte dos apoiadores de Trump, que não aceitaram o resultado da eleição presidencial que deu a vitória ao democrata Joe Biden.
No mês de Fevereiro houve um avanço dos casos de Covid-19 e suas variantes, aumentando a ocupação dos hospitais. Em contrapartida, os primeiros passos para a vacinação da população geral começaram a ser dados, com a assinatura por parte do Ministério da Saúde da intenção de compra das vacinas da Pfizer e da Janssen; e a elaboração de calendários de vacinação por parte de alguns estados.
Março foi marcado por mais uma troca de cargo dentro do Ministério da Saúde, Eduardo Pazuello deixou o cargo de ministro assumindo seu lugar Marcelo Queiroga. Infelizmente, março foi um dos piores meses de 2021 da crise sanitária do Covid-19, aqui no Brasil. Ademais, no cenário global tivemos o famoso navio Ever Given encalhado no Canal de Suez, o bloqueio interrompeu a passagem entre a Ásia e a Europa de mercadorias avaliadas em US$ 9,6 bilhões por dia.
Abril foi um mês tranquilo e sem polêmicas, tivemos apenas questões ambientais e políticas em pautas. No tocante ao tema ambiental, houve a Cúpula de Líderes sobre o Clima (ONU) em Glasgow, Escócia. O discurso dos líderes presentes baseou-se em promessas de adotarem medidas que venham a reduzir as emissões de gases do efeito estufa, inclusive o presidente Jair Bolsonaro confirmou este compromisso, bem como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que recentemente havia reinserido o país no Acordo de Paris. Entre os pontos políticos relevantes tivemos a anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), devolvendo os direitos políticos para o petista, que voltou a ser elegível. Ademais, o STF determinou a suspeição do ex-juiz Sergio Moro e considerou que a 13ª Vara de Curitiba não tinha competência para julgar processos relacionados à Petrobras, que acabaram sendo anulados e enviados ao Distrito Federal. E para encerrar o mês de Abril, o ministro Luís Barroso concedeu a liminar que obrigou o Senado Federal a criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar eventuais crimes durante a pandemia de Covid-19.
O mês de Maio deu início às oitivas da CPI da Pandemia, pode-se dizer que foi o principal fato político do ano, vez que deu palco para várias figuras caricatas e se prolongou por 6 meses.
Junho, o mês do amor, foi marcado por uma caçada ao foragido Lázaro Barbosa, acusado de múltiplos homicídios, que conseguiu escapar durante 20 dias de mais de 270 agentes. Fora este caso, o que também esteve nos holofotes foi o imunizante indiano Covaxin contra a covid-19, em razão da denúncia do servidor do Ministério da Saúde, Luis Miranda, que diz ter sofrido “pressão incomum” para realizar compra desta vacina.
Até aqui essa retrospectiva já deu 5 tipos diferentes de depressão. Vamos falar de algo bom agora! O mês de Julho foi de Olimpíadas! Em razão da maior crise sanitária da história, a edição Tóquio 2020 foi iniciada com um ano de atraso, mas ela veio aí e trouxe muitas alegrias ao torcedor brasileiro. Foram 21 medalhas conquistas, sendo 7 delas de ouro, deu até para esquecer um pouco dos problemas (risos). Outra notícia boa que julho trouxe foi a redução de mortes e a queda da ocupação de unidades de terapia intensiva (UTI) em todo o Brasil, esse resultado positivo se deu pelo avanço da vacinação no país.
Agora retornemos a triste realidade, o mês de Agosto foi o ápice do debate acerca do voto auditável, em razão da PEC 135/19, que propunha a obrigatoriedade do voto impresso; no entanto, o projeto foi rejeitado pelo plenário da Câmara. Internacionalmente, o Talibã reassumiu o controle no Afeganistão, logo após a ordem de Biden de retirar as tropas americanas da região; o movimento extremista já anunciou o retorno de penas como execução, amputação de membros, entre outras medidas cruéis e desumanas.
Setembro foi marcado por manifestações, tanto a favor como contra o presidente Bolsonaro; Jair ainda teve seu momento de estrela internacional, realizando o discurso de abertura da 76ª Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque. No cenário exterior foi destaque a ida dos alemães às urnas para escolher o sucessor da chanceler Angela Merkel, depois de 16 anos.
Felizmente, chegamos a Outubro com a marca de 100 milhões de pessoas imunizadas e com o menor número de mortes já registrado desde o início da pandemia. E por falar em COVID-19, após 6 meses de trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito, foi entregue neste mês o relatório final da CPI da Covid. O relatório consta com o indiciamento do Presidente Jair Bolsonaro e outras 78 pessoas, além de 2 empresas. De forma geral, o texto aponta que o governo atuou de forma negligente e impulsionado por fake news com apoio de um (suposto) gabinete paralelo, causando um número elevado de mortes. Acerca das vacinas, o relator concluiu que o atraso dos imunizantes foi consequência de omissão por parte do governo.
O mês de Novembro trouxe uma preocupação mundial com as variantes do Covid-19, o que levou diversos países a adotarem novamente medidas restritivas. Ademais, líderes mundiais se reuniram para a cúpula sobre mudança climática mediada pela ONU, conhecida como COP26, onde foi assinado o Pacto Climático de Glasgow, que incluiu o primeiro reconhecimento do papel que a queima de combustíveis fósseis desempenhou na perpetuação da crise climática.
E cá estamos em Dezembro, o último mês de 2021, que trouxe consigo um novo ministro para o Supremo Tribunal Federal. André Mendonça, ex-advogado-geral da União e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, assumiu a vaga da Suprema Corte após a sabatina realizada pelo Senado Federal. De modo geral, o que pode ser analisado neste mês é o aumento de preços que o país sofreu ao longo do ano e tornou complicada a ceia de natal de muitas famílias. Mesmo antes da pandemia, já havia uma pressão de preços no Brasil, provocada principalmente pelos gastos do governo, no entanto quando o coronavírus chegou e boa parte da economia mundial parou, a inflação se tornou um problema global.
Fato é que o brasileiro em 2021 teve que ter jogo de cintura, o brasileiro liberal então…
Porém, sejamos resilientes e que 2022 a retrospectiva seja mais feliz.
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Texto por Danyele Slobodticov
Arte por Tailize Scheffer