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Clube Damas de Ferro
6 min readNov 4, 2021

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O mês de outubro chegou ao fim.

O Damas esse mês teve uma agenda bem agitada, parte da gestão do clube marcou presença no maior Treinamento de Lideranças liberais do Brasil, fora isso foram mais episódios de podcasts disponibilizados, vários textos incríveis no blog, além dos encontros de praxe entre os membros do clube.

Contextualizado a situação interna, vamos para as notícias externas, com o segundo resumo mensal de notícias, uma produção Clube Damas de Ferro.

No cenário internacional, todos se lembram das terríveis horas que ficamos sem os aplicativos do grupo Facebook esse mês (05/10), o que talvez seja novidade é o motivo deste ‘apagão’. Não se sabe ao certo, mas os internautas suspeitam que as mais de 8 horas de instabilidade global aconteceram em razão da entrevista da ex-gerente de produtos do Facebook, Frances Haugen, ao programa 60 Minutes. No programa a ex-funcionária apresentou documentos que demonstram que o Facebook tem ciência que suas plataformas são utilizadas para instigar ódio e espalhar fake news, mas pretere a limitação de conteúdos graves em prol do lucro gerado pelo engajamento.

Insta destacar, ainda, os conflitos que a China se envolveu neste mês. No início de outubro (05/10) a China enviou cerca de 150 caças, bombardeiros e aeronaves do exército para o espaço aéreo de Taiwan, indicando possível intenção de dominação do território; além disso, os EUA divulgaram o teste de um míssil chinês hipersônico, o qual a China, a princípio, negou ter realizado.

Internacionalmente, outro tópico importante refere-se a “Reforma Tributária Global”, sonhos de uns e pesadelos para outros. No início do mês (08/10) a Irlanda concordou em assinar o acordo global que visa unificar a tributação de países do G-7 e do G-20, a uniformização das regras tributárias busca evitar evasões fiscais de grandes companhias. A aderência da Irlanda tem grande impacto, uma vez que este país possui uma das menores alíquotas de imposto corporativo (12,5%), o que fez várias multinacionais optarem por instalar sua sede ali. Para a aprovação desta reforma resta a concordância de apenas dois países europeus: Hungria e Estônia. Raphaël corre aqui, estão querendo dificultar seus negócios (risos).

No cenário latino o destaque deste mês fica por conta da Argentina. Argentina e crise são praticamente sinônimos, a novidade na vida dos hermanos, no entanto, é o congelamento do preço de mais de 1.200 produtos durante 90 dias. O governo justificou essa atitude com o discurso de ‘combater a inflação’. Acerca deste assunto eu reproduzo a fala da Maiara e Maraisa tô aplaudindo a sua coragem. Nesta toada, outra importante notícia deste país foi a celebração do Acordo entre Brasil e Argentina, intermediado pelo Mercosul, para reduzir a Tarifa Externa Comum em 10%.

Outra notícia que gera impacto na comunidade internacional diz respeito à exigência da terceira dose para que o ‘passaporte da vacina’ se tornasse válido em Israel, com isso, mais de um milhão de israelenses tiveram seus passaportes cancelados. Este ocorrido é relevante, pois até o momento todas as decisões deste país foram copiadas pelos demais como, por exemplo, a própria aplicação da 3ª dose e a utilização dos passaportes de vacina.

Seguindo com as notícias acerca do COVID-19, vamos falar sobre a situação do Brasil.

Felizmente, chegamos ao fim de outubro com a marca de 100 milhões de pessoas imunizadas e com o menor número de mortes já registrado desde o início da pandemia. Foram registrados 11.075 óbitos pela doença no período do mês de outubro, menos de 1/7 do total do mês de abril — 82.266 — , o mais letal da pandemia.

A queda do número de casos levou a um aumento no movimento de desobrigatoriedade de máscaras no Brasil, não há um entendimento nacional a respeito do assunto uma vez que o STF permite que os estados e municípios deliberem e decidam de maneira autônoma. Neste cenário, as maiores cidades começaram a estudar esta possibilidade, o que resultou na decisão da prefeitura do Rio de Janeiro de permitir a circulação da população sem máscara em locais abertos, a partir de 28/10. Se irá funcionar essa ideia? Apenas o tempo irá dizer.

E por falar em COVID-19, após 6 meses de trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito, foi entregue, no final do mês (20/10), o relatório final da CPI da Covid, que teve sua aprovação por 7 votos a 4 (26/10). O relatório consta com o indiciamento do Presidente Jair Bolsonaro por 9 crimes, ligados principalmente a um suposto objetivo de o governo de expor os brasileiros ao contágio em rebanho; ademais, outras 78 pessoas — dentre ministros, médicos, deputados, empresários e políticos — também foram indiciadas, além de 2 empresas. De forma geral, o texto aponta que o governo atuou de forma negligente e impulsionado por fake news com apoio de um (suposto) gabinete paralelo, causando um número elevado de mortes. Acerca das vacinas, o relator concluiu que o atraso dos imunizantes foi consequência de omissão por parte do governo.

Como todo processo legal no nosso país, esse também está longe de terminar. O referido relatório será entregue ao procurador-geral da República, Augusto Aras, sendo a pessoa que hoje detém o poder de apresentar denúncias contra as autoridades indiciadas no relatório. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.

Atenção, escândalo no Planalto! O que por si só não é grande novidade, mas dessa vez envolve não apenas políticos.

No início do mês (05/10) mais de 30 líderes mundiais, como Vladmir Putin, Tony Blair (ex primeiro-ministro britânico), Paulo Guedes e o presidente atual da Ucrânia, até centenas de funcionários públicos de alto escalão, empresários e famosos, como Ringo Starr, Elton Jhon e Shakira, tiveram seus dados e informações bancárias vazadas. O vazamento mostrou que grande parte dessas figuras mundiais são detentoras ou sócias de empresas offshore, sendo aquelas sediadas em países diferentes daqueles que residem e tem como propósito proteger o patrimônio e obter certas vantagens tributárias.

Apesar deste tipo de empresa ser legal, usualmente elas são utilizadas para sonegar impostos e, em alguns casos, para lavagem de dinheiro. Em razão disso, muitos governos começaram a investigar as transações financeiras, para identificar se há ilicitude ou não. No Brasil, o que ganhou destaque foram as contas do atual ministro da economia Paulo Guedes e do atual presidente do Banco Central Campos Neto, que foram, inclusive, convocados pela Comissão da Câmara e pelo Senado, respectivamente, para explicarem a origem do dinheiro aplicado nas offshores.

E por falar no tigrão, vamos aos assuntos relacionados à economia.

Na seara econômica, destaca-se a alta histórica do valor do Bitcoin, superando os US$ 66 mil. Esse recorde se deve ao primeiro ETF de Bitcoin nos EUA, que funcionaria como um indicador que chancela essa moeda no mercado, facilitando o acesso ao investimento em cripto. Outros pontos relevantes para a alta do Bitcoin foi a migração da mineração da China para os EUA e a inflação elevada ao redor do mundo.

Outrossim, o Auxílio Brasil também marcou presença na pauta da economia este mês, uma vez que a aprovação deste auxílio causaria a quebra do teto de gastos. Em meio às discussões sobre o aumento de gastos para bancar o Auxílio Brasil, quatro secretários ligados ao Ministério da Economia pediram demissão. Em suma, as discussões circulavam acerca de como bancar o aumento de gastos sem extrapolar o teto de gastos, e sobrou para os pobres credores do governo; foi aprovado (21/10) o texto-base da PEC dos Precatórios, que abre um espaço de R$ 83 bilhões para financiar o Auxílio Brasil, que começará a ser pago a partir de 17 de novembro — para entender melhor o que é PEC dos Precatórios basta dar uma conferida no InfoDamas de setembro, disponível no blog.

Texto por Danyele Slobodticov.
Arte Domithila Novach.

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