4 ANOS DE NEOLIBERALISMO
Infelizmente, as empregadas domésticas não irão para a Disney no governo Bolsonaro. Pelo menos é o que demonstra toda a política econômica aplicada durante estes quase 3 anos como o Paulo guedes como economista. Passando por uma das maiores (se não, a maior) crises econômicas que o mundo já observou, o Brasil mostrou resultados tristes para a população mais pobre. Com uma taxa de desemprego de mais de 14%, e a inflação com expectativa de 7,58%, é claro que não estamos passando por um dos melhores momentos. Mas será que a política liberal na economia foi realmente aplicada, mostrando um avanço na liberdade tanto econômica quanto política?
O liberalismo econômico prega que os agentes devem ter o direito à liberdade enraizado nas instituições que regulam o mercado e criam as políticas monetárias. Isto é, pregar que o indivíduo tenha o direito de escolher algo voluntariamente, sem qualquer tipo de coerção, agindo pouco ou nada na economia. Isso vai contra a algumas linhas mais estatistas, que acreditam que o estado deve regular o poder econômico para garantir a estabilidade do país. Enquanto os liberais defendem a privatização de empresas estatais com o argumento de que a iniciativa privada produz melhor e mais barato, os defensores destas empresas na mão do governo acreditam que os empresários se importam apenas com o lucro.
E eles não estão errados. O fato é que, para que alguém produza algum bem ou serviço, deve existir um comprador para tal. E este comprador, além de satisfazer o seu desejo de possuir tal bem ou serviço, ele quer procurar sempre pela oportunidade que esteja mais perto do custo-benefício. Isso só é possível em um ambiente em que haja concorrência entre os ofertantes para o bem. O empresário só obterá lucro se ele satisfizer seus clientes, oferecendo o melhor produto pelo melhor preço. Como dizia nosso querido Sr. Smith (não o do filme com a Angelina Jolie e o Brad Pitt): “Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro e do padeiro que esperamos o nosso jantar, mas da consideração que ele tem pelos próprios interesses. Apelamos não à humanidade, mas ao amor-próprio, e nunca falamos de nossas necessidades, mas das vantagens que eles podem obter.”
Acredito que após esta breve explicação, você consiga interpretar o conceito de liberalismo, e definir quais são os verdadeiros defensores da liberdade. Em um governo fraco, Bolsonaro conseguiu fazer menos privatizações que o FHC, e, na verdade, até criou mais estatais. Isto porque ele defende os interesses de um grupo seleto, sendo o retrato perfeito da política brasileira, assim como uma política conservadora nos costumes. E isso não é a opinião de um garoto de 20 anos que mal terminou a faculdade, mas sim da professora da Universidade de Chicago, Deirdre Mccloskey. A economista afirma que o governo de Jair Bolsonaro é “qualquer coisa menos liberal”, pois, para ela, não é possível separar as questões econômicas das sociais. “A ideia principal do liberalismo é que não haja hierarquias: homem sobre mulher, heterossexuais sobre gays ou Estado sobre indivíduos”. Em um país aonde os interesses representados no congresso estão nas mãos de pessoas que querem perpetuar o seu poder a qualquer custo, não haverá desenvolvimento sustentável a longo prazo. Apenas em um estado que trabalha apenas em defesa da liberdade, de tratar cada indivíduo igualmente, é que teremos prosperidade.
Texto por Ted Duarte.
Arte Fernanda Safira.